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Madden 22 – Review e análise do jogo recém lançado pela EA

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“Madden 22 acerta onde já acertava e peca onde ainda pecava, pois a evolução prometida na transição para a atual geração infelizmente ainda não chegou.”

Em time que está ganhando – pois está disputando o campeonato sozinho – não se mexe.

A falta de concorrência para o Madden 22 permite que a EA Tiburon jogue no seguro, apenas refinando alguns aspectos da jogabilidade e incrementando mecânicas novas todos os anos.

Isso é bom em alguns aspectos, mas terrível em outros, pois grandes pedidos dos fãs (como um modo carreira mais robusto) são negligenciados em prol de inovações que são boas, mas não justificam a compra do jogo no primeiro momento. No PC fica ainda mais difícil de justificar o investimento de R$ 249, pois a versão utilizada como base para fazer o port é a utilizada nos consoles da antiga geração, por mais que estes já estejam bastante defasados com relação aos computadores modernos.

Algumas features estão presentes em todas as versões, mas as grandes mudanças que a EA propagandeou infelizmente não estão presente nos computadores.

 

Foram utilizadas como base para esta análise as versões de PS5 e PC. Sendo assim, primeiro serão discutidos os aspectos gerais do jogo e depois as mecânicas exclusivas dos consoles da atual geração.

Apresentação/Gráficos:

Graças a Frostbite Engine, os gráficos do jogo dão show.

Os estádios são muito bem trabalhados e condizentes com a realidade e as faces dos jogadores são bastante parecidas com suas contrapartes reais. Além disso, o pacote gráfico utilizado pela EA lembra bastante o das transmissões, deixando a experiência bastante agradável visualmente para novatos na franquia que estão acostumados com os jogos televisionados.

 

Porém, a engine também tem seus problemas: o sistema de movimentos e colisões continua com todas as peculiaridades já conhecidas: jogadores atravessando uns aos outros, tackles bizarros, disputas físicas pela bola sendo decididas de maneira aleatória, dentre outras coisas que já foram apontadas a exaustão pela comunidade de fãs do jogo nas outras versões do Madden que usam o mesmo motor.

Gameplay:

A gameplay geral permanece inalterada em sua maior parte. O realismo nas faces não se traduz nas habilidades atléticas dos jogadores, que não tem suas peculiaridades traduzidas para o campo virtual. Os quarterbacks são a peça principal do futebol americano, e seria interessante ver um esmero melhor na criação de animações e movimentos mais condizentes com os jogadores, como é visto no FIFA.

O modo carreira ganhou algumas adições, mas continua sendo essencialmente o mesmo, longe da revolução prometida após a péssima recepção que o Madden 21 sofreu. Já a parte multiplayer sofre de um mal já conhecido que impede de os fãs brasileiros aproveitarem o jogo 100%, a latência dos servidores.

Multiplayer:

Infelizmente não foi possível testar a fundo de maneira séria os modos online, incluindo o carro-chefe Ultimate Team, pela falta de um servidor brasileiro. Mesmo utilizando uma conexão de fibra ótica com 250mb de upload, ainda é uma experiencia torturante jogar drills que envolvem precisão no UT graças ao lag.

Além disso, passes mais contestados são facilmente interceptados pela CPU devido ao delay entre o comando e execução do movimento, e algumas coisas que são ruins no offline se tornam ainda piores no online, como a utilização dos pass rushers. A situação é tão ruim que até os extra points, que são quase automáticos no modo offline, são difíceis de serem convertidos.

Soma-se isso a constantes desconexões por conta da instabilidade das rotas até os Estados Unidos e a experiência se torna mais frustrante do que divertida na maior parte do tempo.

Já as adições da versão next-gen são boas, mas não chegam nem perto de ser algo que faça o jogo se destacar, podendo inclusive irritar alguns dos fãs mais hardcore da franquia. Exemplo: Dynamic Gameday aplicado ao Kansas City Chiefs. O time já era considerado overpowered pela habilidade Superstar (uma especie de “especial” que os jogadores mais habilidosos da liga conseguem ao cumprir uma determinada meta dentro da partida) de Patrick Mahomes, um dos “cheat codes” humanos do jogo e que fica ainda mais forte quando atinge o Superstar.

Graças ao recurso citado acima, que simula a hostilidade e energia dos estados, quem joga contra o Chiefs tem que conseguir lidar ao mesmo tempo com duas habilidades extremamente complicadas de se defender.

Em alguns momentos isso é emocionante e consegue reproduzir um pouco do que é uma partida de futebol americano, mas quando a disputa é mais séria acaba tirando um pouco do aspecto “simulador” da coisa ao adicionar um elemento que não é controlado pelo jogador mas afeta o resultado da partida. Jogando em multiplayer local contra um amigo, projetando uma possível final da Conferência Americana (Chiefs x Bills), achamos melhor declarar empate e selecionar outro time, pois o somatório das duas coisas estava acabando com a competitividade, um dos fatores mais apreciados nos jogos de esporte.

Conquistar vitórias com um underdog na NFL é um dos diferenciais da liga, sendo de se reproduzir no videogame, e com tantas vantagens concedidas aos times dominantes isso se torna cada vez mais difícil e/ou chato, afinal, todos acabam querendo jogar com os times que possuem esses buffs para ver as novidades em ação.

Em resumo, o Madden 22 acerta onde já acertava e peca onde ainda pecava.

A evolução prometida na transição para a atual geração infelizmente ainda não chegou, e é difícil de recomendar a compra do jogo nos primeiros meses para pessoas que não sejam aficcionadas pelo esporte. Além disso, outros problemas como a ausência de servidores no Brasil e a polêmica decisão de não trazer as mudanças de nova geração ao PC pesam demais contra o investimento.

Para os novatos no mundo da bola oval e para os iniciantes em ser um signal caller virtual, talvez jogar o 21 (disponível no EA Play/Gamepass Ultimate/Gamepass for PC) seja uma porta de entrada melhor e mais barata para a franquia.

Análise feita com uma cópia enviada pela EA para o PS5 e uma cópia comprada na Steam.

 

 

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